Date: 05/16/2022
O Rei Vermelho
Colosso vivo de luz e aço
Vem do horizonte calcando o mar,
Em ar e àgua impõe seu vasto espaço,
Das suas entranhas sai um rei a fumegar:
Ardente e amarelo leviatã,
Seu toque corrói qualquer um que o vê,
Emana fumo cor de ácida maçã,
Hordas de destruição à sua mercê.
E o ar arde e sufoca quem o respira,
Peixes e corais perecem de veneno,
Cinzam as águas e a sua vida transpira,
Resta um sujo silêncio ameno.
Ó praias e nuvens conspurcadas,
Mar de vítimas e traição,
Olho o rei das naus ensanguentadas,
Cerra-se o punho da minha mão.